quinta-feira, 11 de outubro de 2012

A CRIANÇA E O VELHO


A criança é como um lindo rebento de planta, um botão de rosa, tenro e frágil, delicadamente surgindo, ainda surpreso com a luz, temeroso com o desconhecido.  Abre os olhos de vez em quando, até a coragem chegar, ou a curiosidade para ver tudo o que está perto, sem entender ainda, nada do que vê. É rodeado de cuidados, porém, o tempo passa, e ele, em seu dia a dia, cresce e aprende gradativamente, a viver a sua vida, jovem, adulto.

Tantas etapas decorridas, tantos acontecimentos vivenciados, tantos desafios enfrentados e vencidos, tantas responsabilidades assumidas. O tempo passando, a vida seguindo, ininterruptamente, anos e anos, e assim, a idade, sorrateira e mansa chega. Depois de todo o tempo em que o trabalho ocupou os seus dias, as suas horas, se vê reconhecido e premiado por um merecido descanso. Se durante os anos que se passaram, não aproveitou, muitos ou alguns momentos de lazer, agora tem todo o tempo para fazê-lo: viagens, programas sociais e outros que desejar.

A idade chegando traz vantagens e algumas desvantagens, naturais. À algumas pessoas, o tempo prejudica e maltrata mais que a outras. As fisionomias mostram, claramente, a maldade ou a complacência dele. Aí chamamos estas pessoas de "idosas", mas carinhosamente vou chamá-las de "velhos". Muitas vezes até dizemos "nossos velhos".

Por mais saudáveis que possam se conservar, a idade limita, pesa, restringe as atividades, a sensibilidade, a mobilidade.

Alguns devem conviver com alguma doença, mas outros são bastante ativos, companheiros e amigos. Amigo dos amigos, dos familiares, e, sobretudo, das crianças e dos netos. Por vezes, por idade, ou por algum mal estar, os "velhos" se tornam impacientes, e até ranzinhas, o que os afastam um pouco das pessoas, mas também, existem aqueles que são tão amorosos que têm sempre alguma criança em seu colo, como um eterno Papai Noel, ou então, sempre alguém os procurando para sorver um pouco de sua experiência, seus conhecimentos, seus conselhos.

A idade avançada, hoje, mereceu consideração, surgindo até leis que a protege. Aos velhos é devido todo respeito, mas porém, o que mais importa e traz alegrias é ter um "bom e simpático velhinho" em nossa convivência, que nos ensina os bons caminhos da vida, como vencer os obstáculos, como acreditar nas pessoas, ter confiança em sua própria capacidade e em suas possibilidades. Aqueles que incentiva aos jovens e familiares, e porque não dizer, frente as dificuldades da vida moderna, até auxilia nas necessidades diárias dos seus descendentes. Muitos, ainda, são até arrimo da família. Segura firmemente a barra quando surgem as dificuldades. Os nossos "velhos" devem ser tratados com muito carinho para que possam ser, por muito tempo, nossa rica fonte de sabedoria, bondade e amorosidade.

Criança é inocência é doçura.
Velho é maturidade é moderação.
Criança é vivacidade é vigor.
Velho é conhecimento é experiência.
Criança é curiosidade é descobertas.
Velho é complacência é sabedoria.
Criança é ternura é alegria.
Velho é prudência é serenidade.
Criança é esperança é sonho.
Velho é vivencia é realidade.
Criança é luz é manhã.
Velho é crepúsculo é ocaso.


No decorrer do tempo, a vida vai mostrando, delicadamente, todas as suas nuances para que a pessoa, sem pensar, nem perceber, vá seguindo o seu caminho com tranquilidade e paz.

A criança e o velho podem ser considerados, com todo amor e carinho, os representantes do início e do fim de uma linda e feliz vida. O botão e a semente de uma vida. 


Texto de Marly Fajardo Braga, maio/2012.
Ilustração Internet. 

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