domingo, 29 de abril de 2012

EVOLUÇÃO NATURAL



        A necessidade de agarrar e transportar alimentos «raros e valiosos» terá levado os antepassados da espécie humana a tornarem-se bípedes, libertando as mãos e os braços para outras actividades e permitindo o desenvolvimento do cérebro, revelou um estudo.

        A investigação foi desenvolvida por um grupo de cientistas das universidades de Coimbra, Cambridge e Oxford, e começou por uma observação de chimpanzés na Guiné Conacri que detectou a adopção frequente da posição bípede (caminhar em dois pés) quando pretendiam carregar alimentos escassos e de que gostavam especialmente.

        Uma das cientistas que participou no estudo, Eugénia Cunha, da Universidade de Coimbra, explicou à agência Lusa que «quando se trata de alimentos mais raros e mais difíceis de conseguir, adoptavam mais frequentemente a posição bípede para conseguirem transportar o máximo possível, no mais curto espaço de tempo».


Henrique ANTUNES FERREIRA






Henrique Antunes Ferreira, jornalista/escritor
Lisboa, Estremadura, Portugal
Dos livros escritos, o primeiro de ficção (Abril 2008): «Morte na Picada», contos da guerra colonial em Angola 1966/1968.

Por Antunes Ferreira, 27-04-2012
http://sexoforte.net/mulher/artigos.php?id=4390&w=agarrar_comida_fez_o_homem_levantar_se
Imagem e texto Internet

LUCY FOI DESTRONADA - Novos Achados


Antunes Ferreira

       Os nossos ancestrais bíblicos estão cada vez mais descredibilizados. O casal que foi alegadamente expulso do Paraíso terreal ...    entrou em derrapagem total, caiu no plano inclinado, não devido à insinuosa mas perigosa serpente, muito menos da maçã, meio utilizado para o pecado original ter homiziado Adão e Eva.

       Já não bastava ter aparecido um tal Darwin a defender que os homens (e, naturalmente, as mulheres) descendiam dos macacos (e, obviamente das macacas); outros apóstatas se lhe seguiram ...

       De provocação em provocação, cientistas de renome, em especial os arqueólogos antropólogos, vá de desencantar ossos das mais diversas dimensões e feitios, em cata dos seres que eram realmente os avoengos desta gente que nós somos. E, acredite-se ou não, provocaram uma verdadeira revolução, sobretudo a partir do momento em começaram a tentar descobrir a altura mais ou menos precisa em que os símios passaram a hominídeos, ainda sem usar gravata, muito menos Ipads

       Estava-se nisto quando a revista Science de anteontem publicou um artigo naturalmente científico em que era dada ao Mundo a novidade de que o possível ancestral do gênero homo era o Australopithecus sediba, sujeito que se balançava nas árvores como um chimpanzé, mas tinha dedos longos e hábeis para fabricar ferramentas, além de pés híbridos para caminhar erecto.

       Até agora, acreditava-se que o primeiro fabricante de tais apetrechos fosse o Homo habilis. Os estudos de 21 ossos de mão fossilizados encontrados na Tanzânia, que datam de 1,75 milhão de anos atrás, a isso tinham levado. No entanto – as adversativas são lixadas - um exame mais pormenorizado de dois esqueletos parciais fossilizados do citado Australopithecus sediba descobertos na África do Sul em 2008, sugerem que estas criaturas, que habitavam o planeta há 1,9 milhão de anos, elaboravam ferramentas e… quiçá até mesmo antes. 

     Após analisar a mão mais completa encontrada até agora, os especialistas concluíram que o Australopithecus sediba tinha um polegar extra-longo e dedos fortes, que teria usado para fabricar ferramentas, apesar de ainda ter um cérebro pequeno, similar ao do macaco. E não vale a pena sublinhar que se tratava de uma fêmea, porque as defensoras da igualdade plena ainda me levavam al paredón.

      Pelos vistos, o Sr. Charles Robert Darwin não errara muito quando em meados do século XIX convenceu a comunidade científica da ocorrência da evolução e enunciou a teoria para explicar como ela se dá por meio da seleção natural e sexual. Pelo naturalista britânico fora dada a primeira grande machadada no casal pecador. Agora, os paleoantropólogos até já falam em fermentação evolutiva. A Lucy foi destronada.

        Está-se, assim, perante o exemplo mais gritante do que é a cena com milhões de anos, que preparou a famosa macacada, protagonizada pelos seres humanos.








Henrique Antunes Ferreira, jornalista/escritor
Lisboa, Estremadura, Portugal
Dos livros escritos, o primeiro de ficção (Abril 2008): «Morte na Picada», contos da guerra colonial em Angola 1966/1968.

Por Antunes Ferreira, 11092011
http://sexoforte.net/mulher/artigos.php?id=3648&w=a_macacada
http://m.publico.pt/Detail/1511032
http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/australopithecus-sediba-pode-ser-na-verdade-ancestral-direto-do-genero-homo

sábado, 28 de abril de 2012

LUCY: Espécie já andava em pé



Antunes Ferreira
Reconstrução a partir dos ossos encontrados


Um osso de Australopitecos encontrado na Etiópia confirma a teoria de que a espécie já andava em pé. A descoberta permite concluir que Lucy e os seus semelhantes passavam tempo de pé, ainda que andassem nas árvores.
O osso do pé com cerca de 3,2 milhões de anos encontrado em Hadar, na Etiópia, pertence à espécie semelhante aos humanos Australopithecus afarensis e apresenta uma forma em arco, fundamental para as deslocações bípedes.

«Trata-se de uma pista sobre a anatomia do pé e a sua função», explicou o director do Instituto das Origens do Homem, da Universidade do Estado do Arizona, nos Estados Unidos, William Kimbel. O especialista adiantou que «é o quarto osso metatarso, que se localiza na parte média do pé e que ajuda a suportar os desenvolvidos arcos que vemos na sola dos pés dos homens modernos. O osso que foi recuperado em Hadar tem todas as marcas da forma e função do pé humano moderno».

Os paleocientistas sabiam que o Australopithecus afarensis passava a maior parte do seu tempo de pé, desde 1974 quando examinaram o primeiro esqueleto da espécie, também descoberto perto de Hadar, conhecido como Lucy.

Reconstrução do esqueleto de "Lucy"
No entanto, a ausência de importantes ossos dos pés em quase todos os espécimes descobertos impedia os investigadores de compreenderem quanto tempo Lucy e os seus semelhantes passavam de pé, relativamente ao tempo que passavam nas árvores.

Esta forma do pé permitiu que perceber que o Australopithecus afarensis se movimentava no terreno muito mais rapidamente, o que aumentava o acesso a outras fontes de alimento.

No entanto, os pés humanos são muito diferentes destes e de outros primatas. Apresentam dois arcos, um longitudinal e outro transversal, que incluem os ossos do meio do pé e são suportados por músculos nas solas dos pés.

Ao comentar esta descoberta, o professor Chris Stringer, um paleoantropólogo do Museu de História Natural de Londres, acentuou que os cientistas estão gradualmente a entender a posição de Lucy na história da origem do Homem.









Henrique Antunes Ferreira, jornalista/escritor
Lisboa, Estremadura, Portugal
Dos livros escritos, o primeiro de ficção (Abril 2008): «Morte na Picada», contos da guerra colonial em Angola 1966/1968.




Por Antunes Ferreira , 14022011
http://sexoforte.net/mulher/artigos.php?id=2685&w=lucy_andava_em_pe

http://darwinismo.wordpress.com/2011/03/01/ciencia-confirma-que-lucy-andava-como-o-homem-actual/
Texto e ilustração Internet



LUCY: A mais antiga antepassada conhecida



Hominídeos usavam utensílios há 3,4 milhões de anos

Lucy

      Os antepassados do homem moderno utilizavam instrumentos de pedra há 3,4 milhões de anos, uma descoberta que muda a visão da ciência sobre Lucy, a avó mais famosa da humanidade, que viveu nessa época. A descoberta, que faz recuar em mais de 800 mil anos a utilização de instrumentos por parte dos antepassados do Homo sapiens, foi publicada na revista Nature.

    O Homo habilis, que viveu há 2,5 milhões de anos, foi assim chamado porque usou instrumentos. Isso tornou-se evidente quando se descobriu a espécie. Mas, mais recentemente, o achado de ossos de mamíferos com marcas de cortes junto a outros ossos de Australopithecus afarensis (a espécie de Lucy), em Gona, na Etiópia, pôs os antropólogos a pensar. A ligação directa entre ambos os achados acabou, no entanto, por não poder ser estabelecida, pois apareceram também, nas mesmas escavações, fósseis do gênero homo. Estes antepassados mais directos poderiam ter sido os utilizadores de instrumentos de pedra naquele contexto. 

    Agora, uma equipa coordenada pelo paleoantropólogo Zeresenay Alemseged, da Academia das Ciências da Califórnia (EUA), fez um achado na região de Afar, mais uma vez na Etiópia, que altera toda a história.

    De facto, os investigadores encontraram ossos de um grande mamífero, datados de há 3,4 milhões de anos, com marcas inequívocas de terem sido cortados por instrumentos de pedra. O objectivo teria sido retirar a carne do osso e também a medula óssea no interior para consumo, segundo os investigadores.

    Esta era a prova que faltava para ficar estabelecido que os Australopithecus afarensis eram utilizadores de instrumentos de pedra.

    «A partir de agora, quando imaginamos Lucy caminhando em busca de alimento no Leste africano, vemo-la pela primeira vez com um utensílio de pedra na mão, à procura de carne», afirmou Shannon McPherron, do Instituto Max Planck, na Alemanha, e co-autor do estudo.

    Para o líder da equipa, Zeresenay Alemseged, «esta descoberta faz recuar muito o momento a partir do qual os nossos antepassados mudaram as regras do jogo». E isso, disse Alemseged, permitiu-lhes explorar «novos tipos de alimentação e novos territórios».







Henrique Antunes Ferreira, jornalista/escritor
Lisboa, Estremadura, Portugal
Dos livros escritos, o primeiro de ficção (Abril 2008): «Morte na Picada», contos da guerra colonial em Angola 1966/1968.



Antunes Ferreira, publicado em 23082010.


sexta-feira, 20 de abril de 2012

UM TREM MUITO SÉRIO


Plínio Fajardo Alvim

          
    Em Minas, o trem não é meramente um meio de transporte. Pra nós, mineiros, qualquer coisa é um trem. Ou melhor, usando nosso próprio dialeto: qualquer trem é um trem.
          Quando temos fome, comemos um trem. Se estamos com sede, bebemos um trem. Ás vezes, um trem pode nos espetar o dedo. Outras, um trem pode cair em nossos olhos. A todo o momento esbarramos em algum trem. Há sempre algum trem em nosso caminho, ajudando ou atrapalhando.
          Se algo nos assusta, nos encanta ou nos surpreende, é um trem-de-doido. Se a coisa é boa, é um trem-bom demais. E quando padecemos de algum mal que não sabemos definir, seja ele físico ou emocional, o que sentimos é um trem-esquisito.
          O trem, pra nós, assume conceitos, dimensões e nuances inimagináveis em outras terras. Nossos trens podem ter formas, cores, sabores, sons, odores, qualidades, defeitos e quaisquer outras características que quisermos, concretas ou abstratas. Assim, incontável número de trens circulam ou estacionam no cotidiano e no inconsciente coletivo do povo mineiro. Aqui, em Minas, tudo é trem.
          O trem tanto pode incomodar quanto embalar nosso sono. Mas, sobretudo, o trem nos faz sonhar ... e quase sempre acordados. Pra nós, quando irados, até gente e bicho podem ser trens. Afinal, nossos trens são também seres que têm vida e que são a nossa vida. O trem está para o mineiro assim como o sincretismo religioso está para o baiano, como a praia para o carioca, como a garoa para o paulista, como os pampas para o gaúcho, como a aridez para o nordestino e como a floresta para os povos amazônicos. 
          Mas, acima de qualquer trem, nossos trens não são simples expressões idiomáticas.  Em Minas, o trem é um trem muito sério. Nossos trens  são valores e sentimentos manobrando na estação do nosso coração. Trem é Minas e Minas é trem. O trem é a alma de Minas.
           Trem, em Minas, é como o Uai, não tem tradução. Só nós, mineiros, sabemos o que significam: Uai é Uai e Trem é Trem, sô!







Plínio E. Fajardo Alvim 
Leopoldinense, Administrador, Ambientalista, 
Ferroviarista, Membro da Academia Ferroviária de Letras
 e Pesquisador da História Regional.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

AMADURECENDO


Pedrinho caminhava  para a escola.  Aborrecido, cabeça baixa, a mochila pesando nas costas ...  
 As palavras de sua mãe pesavam muito mais que a mochila. "Encontre um modo de resolver isso, sem briga, argumente, use suas próprias palavras. Dê o seu jeito".
          Ela não entendia. Era mulher, não podia entender mesmo. Como poderia um menino fugir a uma luta ... assim? Ele fora desafiado.  Se não aceitasse seria chamado de "covarde". Hoje ele era respeitado na escola, ninguém tirava "chinfra" com ele.
          A turma estava esperando. Havia apostas,  ficou sabendo.
         Enquanto ia circundando o muro do colégio, os colegas iam chegando: - Aí cara ... apostei em você. Três horas da tarde lá no matagal atrás da escola.
          Os meninos haviam parado com as disputas dentro do colégio, pois os pais eram chamados e os alunos suspensos. Foram para as ruas próximas, mas sempre havia algum pai passando, que os arrastava de volta à secretaria da escola. Mais reunião e suspensão. Decidiram, então, ir para mais longe. Um matagal escondia o muro que havia atrás do colégio, e consequentemente, tudo que acontecia por lá. Parecia um bom lugar.
          - Aí, covardão ... não vai fugir não, hem???   Um garoto "mandou essa", enquanto passava por ele, que devolveu a ofensa com o gesto mais feio que conhecia.
       Estranhamente, as palavras de sua mãe incomodavam mais que a ofensa do garoto.
          - Eu não entendo, disse ela. Porque você vai brigar com um menino de quem você era amigo até uma semana atrás? Jogam bola, vão aos aniversários um do outro.
       - Mãe, fui desafiado, não posso sair fora. Aí sim, serei covardão e todo mundo vai  me zuar. 
       - Você não tem que provar nada para ninguém, você sabe o que você é, e pronto. Isso basta. Não alimente essa fama de brigão, todo mundo sabe que você é corajoso, você tem outras qualidades para mostrar. Já parou para pensar que vocês vão lutar apenas para divertir os outros? Eles instigam vocês para a luta, querem se divertir, mas se acontecer algo, são vocês dois, brigões, quem vão ficar mal. Isso não é ser amigo. Pense!
           
      As palavras da  mãe ficavam martelando na sua cabeça. Ele não queria decepcioná-la, só não sabia o que fazer. Ficava irado quando era chamado de medroso ou covarde. Todos sabiam que ele não era covarde. Já dera mil provas disso, inclusive, salvando esse mesmo menino, com quem ia lutar, dos pivetes de rua, ajudando-o a correr ... correr ... correr. Ele foi muito corajoso naquele dia, enquanto o amigo ficou chorando que nem bobão. E ele, Pedrinho, não contou nada para ninguém na escola. Não queria humilhar o colega.
           
             Pedrinho ia se aproximando do portão de entrada do colégio, o garoto, seu desafiador, estava parado com ar ameaçador esperando por ele.
         Pedrinho se aproximou, estendeu-lhe a mão: - Aí cara, então,  três horas da tarde. Se você quiser lutar, tudo bem. Mas não tenho nada contra você. Nem sei porque nós vamos fazer isso.
           - Tudo bem. Eu também não tenho nada contra você. Não precisamos lutar. 
           Pedrinho até achou que o amigo estava ali no portão tomando coragem para fazer a mesma coisa que ele.  Estender a mão e acabar com aquilo.  
            Os punhos fechados se tocaram, amigavelmente.
            E a disputa acabou ali. 

Texto: Marina Alice Rezende
Ilustrações: Internet 

terça-feira, 10 de abril de 2012

SENTIMENTAL



Hoje, sou toda de cristal:
a mesma fragilidade.
Há uma onda de ternura.
Há uma crise sentimental.
Ao meu lado quero um Homem!
Com a grandeza de um rei!
Quero sentir-me rainha!
E, se entre as veleidades
eu desejar ter a lua,
dir-me-á: "pois será tua,
aos teus pés eu pô-la-ei"!










Marina Rezende, 
Assim Como o Vinho, 2004


 Ilustração Internet

terça-feira, 3 de abril de 2012

PENSAMENTOS SOLTOS




Amados, amantes,
Sempre apaixonados.
Alegres cantantes
De sonhos, sonhados.





Amor e paixão,
Dois fortes sentimentos,
Preenchem a vida do homem
E alegram os seus momentos.


Sonhar e filosofar,
É tempo de lazer,
É modo de memorizar,
Tudo que dá prazer.







O poeta é sonhador
Amante da beleza,
Tudo descreve com amor,
Sentimento e sutileza.









O homem é ser pensante
inteligente, audaz.
Quer ser perfeito e constante
Mostrar o que é capaz.









Ser jovem é alegria,
Esperança e ação,
Quer ser um dia
Alguém na multidão.




 Ser velho é já ter vivido
Trabalhado e sofrido.
Não acumula teoria,
Mas é fonte de sabedoria.



Anjo do Senhor
Vigilante do bem,
Enviado com amor,
Para nos vigiar também



Marly Braga, março/2012
Ilustração Internet