segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

BUCÓLICAS



BUCÓLICAS I

Só quem pelos campos andou
e nos campos se criou,
e as plantas viu crescer,
vai o poeta entender.
Diz o poeta:
Escute a fala do silêncio!...
Ouça a semente germinar!...
Aspire o perfume do sereno,
nos campos, em noite de luar.
Esse misterioso perfume
do sereno ao luar,
é o sereno com ciúme
da lua, por se mostrar. 


BUCÓLICAS II

Feliz de quem pode,
sentindo
o poema da natureza,
ver graça num passarinho
saltitando
ligeiro de galho em galho.
Sentir poesia nas águas
marulhando
sob o denso do arvoredo.
Ver arte no ramo verde
debruçando-se
sobre as águas do riacho.
Sentir o odor do sereno
perfumando
as noites de lua cheia...
Ouvir o silêncio profundo
falando
dos mistérios da solidão.
Fitar o céu estrelado
pensando,
o olhar perdido à distância,
na grandeza infinita de Deus
criando
a beleza das estrelas nos céus.











Marina Rezende
Assim Como o Vinho, 2004.  

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