segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

RIO DA VIDA



 Nascemos.
Nas águas do Rio da Vida
Havemos que mergulhar.
O destino a todos convida
à margem oposta galgar.
Porém,
Gente há que receando,
nas águas se aprofundar,
descem a vida margeando,
buscando uma ponte encontrar.
No entanto,
Em se afastando da fonte,
por caminho irreversível,
jamais encontram tal ponte
e as águas crescem de nível.
E assim,
solitárias e em desatino,
sentindo-se irrealizadas,
lançam a culpa no destino
que a fez tão desoladas.
Pobrezinhas!
Incorrem em mais um engano:
de serem desajustadas,
não veem em si a razão.
Passaram ano após ano
vivendo numa ilusão.













Marina Rezende,
Assim como o Vinho,  2004. 

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